Na era pré-Gutemberg, eu
compunha meus poemas e memorizava-os. Quando a oportunidade se oferecia, eu os
cantava, recitava, declamava, ou simplesmente os dizia, em público. Era confortante
ver, nos olhares, nos gestos, nas reações de quem me ouvia, como cada poema
saía do limbo em que tinha sido gerado para ganhar existência real. Durava
pouco, é verdade; aos versos que ouvissem, com mais ou menos atenção, as
pessoas preferiam, sem dúvida, cantar, dançar, tocar-se umas às outras, sonhar
e esquecer. Mas algo dos versos ouvidos, um fiapo, quem sabe, talvez
permanecesse e sobrevivesse ao rodopio comum. Em seguida, outra oportunidade
surgia, o giro recomeçava, o trâmite prosseguia.
Eu fui um poeta feliz na era
pré-Gutemberg.
Quando esta se instalou
para valer, de bom grado aderi. Continuei a compor meus poemas, só que em vez
de memorizá-los passei a copiá-los em folhas limpíssimas. Meus versos então se
espalhavam no papel, primeiro diante de mim mesmo, em letra redonda, quase esculpida,
depois se reproduziam, vezes sem conta, para se oferecer aos olhos dos
leitores, meus ex-ouvintes. De início, nada mudou, embora tudo mudasse.
Exultei com o benefício de
dar descanso à memória, tanto que ocupei as muitas horas vagas de que passei a
usufruir, copiando no papel os poemas que outrora, carregando-os como um fardo
na memória cansada, eu precisava saber de cor. Minha mente ficou leve como uma
pluma, a mesma que eu utilizava para copiar os poemas. Exultei, também, com a
possibilidade de atingir não apenas um punhado de ouvintes, reunidos numa
sala, num canto de praça, num bar barulhento, porém milhares de leitores espalhados
pelo Reino. O trâmite do limbo para a existência real deixou de ser a fugaz
vibração do momento que antecede a dança e o rodopio, para se repetir e se multiplicar,
vezes sem conta quantas os leitores assim o desejassem.
Dançariam, ainda, os meus
leitores, e se tocariam alegres uns aos outros, depois de lidos os poemas?
O fato é que o tempo de
existência real do poema se dilatou, não ao infinito, que este só a Deus e aos
astrônomos é concedido, mas para muito além da fugacidade da declamação.
Eu comparava, aos novos
poemas, os antigos, agora tornados visíveis no papel, e não via diferença:
eram os mesmos. Eu tanto podia voltar ao bar cheio de ruídos, à praça obscura
ou à sala iluminada, e dizer uns e outros, em voz alta, como podia aguardar que
suas cópias impressas se multiplicassem e chegassem aos olhos do leitor.
Aos poucos, porém, mudanças
começaram a ocorrer, ou eu comecei a me aperceber delas. Descobri, com espanto,
que a mente é só um corredor estreito. Antes, meus versos eram curtos,
rápidos, breves, talvez porque assim fosse mais fácil memorizá-los. Depois, o
quadrilátero limpíssimo da folha me incitou a compor versos mais espraiados.
As frases se alongaram, as cadências se ampliaram, os torneios se fizeram mais
desenvolvidos. O ritmo se tornou outro, e passou a variar, conforme a
imaginação liberta assim o determinasse. Não via a hora de romper com o limite
da própria folha, para que meus versos se estendessem até os confins do
horizonte imaginado.
O corredor estreito da
mente era só uma lembrança.
O ritmo deixou de ser só o
da sonoridade e dos encadeamentos cantantes, marcados pela regularidade dos
pulmões. A este veio somar-se o das emoções, que ora disparam, ora retardam o
passo, ora se emaranham no compasso imprevisível do coração difícil de
controlar. E ganhou ainda uma terceira dimensão, outrora insuspeitada: a da
visualidade, a dos espaços em branco, à esquerda e à direita, para cima e para
baixo, entre os versos, os retalhos de versos e as estrofes em suma, onde
quer que esses brancos pudessem travar um interessante dueto com o traçado
negro das palavras no papel.
Percebi que só nessa
altura, tanto tempo passado, cheguei a me tornar, propriamente, um poeta da
era Gutemberg. Os poemas antigos, esses que ficavam armazenados na memória,
quando vez ou outra me lembrava de passá-los ao papel já não eram os mesmos,
pareciam exigir que o novo habitáculo os transformasse em outra coisa. Outra
coisa que parecia ser a mesma coisa, embora nada mais se repetisse.
Na era Gutemberg, eu fui
um poeta ainda mais feliz.
As salas, iluminadas ou
não, assim como as praças e os bares, continuaram a pleno vapor, regidos pelo
rodopio de sempre, cada vez mais acelerado, e, pelo que pude observar, com o
mesmo escasso interesse pelos novos ou antigos ritmos do poema e do poeta.
Mesmo assim, muitas vezes, era Gutemberg adentro, tive a oportunidade de reviver
os bons momentos fugazes de antanho, dizendo de viva voz um ou outro dos meus
novos poemas, os mesmos que estavam nos livros, nas revistas, no papel. As
pessoas continuavam a preferir o que vinha em seguida: a dança, a alegria dos
corpos, o tatear enovelado das epidermes latejantes. A bem dizer, isso nunca me
incomodou: sempre foi assim, e assim será, até que o bom Deus ou a astronomia
mudem substancialmente os rumos do rodopio.
O que me incomodou, embora
não a ponto de causar perplexidade (afinal, com ou sem trocadilho, era
previsível), foi que alguns dos meus novos poemas se prestavam bem à declamação,
tanto podiam ser ouvidos como lidos. Já outros, não: ouvidos, perdiam metade
do que eram, ou pretendiam ser. Meus poemas verdadeiramente Gutemberg, quando
ditos em público, só chegavam à modesta cifra da meia-existência real. Precisavam
ser bebidos pelos olhos, não podiam ficar à mercê da minha limitada voz.
Só então percebi que, na
era da folha impressa, meus poemas passaram a ser dependentes do leitor, um
leitor cujos olhos fossem ouvidos atentos, e capazes de voz própria. Percebi
aí, sim, perplexo que jamais tive, jamais poderia ter, sobre o leitor, nenhum
controle. Deu-me então alguma saudade (inútil, como toda saudade que se preze)
do tempo em que não tinha leitores, só ouvintes. A estes eu sempre soube controlar,
minha voz sempre foi capaz de conduzi-los à pulsação ou ao rodopio que quisesse,
ou que o poema pedisse. Quem sabe a que distantes paragens conduzirá, diante do
meu poema, a imaginação do leitor? No tempo em que eu compunha poemas e decorava-os,
para depois dizê-los a este ou àquele público, meus poemas eram meus, qualquer que fosse o ouvinte de
circunstância. Depois, limitaram-se a ser meus apenas antes que alguém os lesse
ou ouvisse. Cantados ou impressos, lidos ou ouvidos, passavam a ser de todos.
Ou de ninguém.
à medida que se acentuava
minha dependência em relação ao leitor, mais forte era o impulso que me levava
a mergulhar cada vez mais fundo na minha própria intimidade. Para quê, meu
Deus, se o que eu sempre quis foi existir fora e não dentro de mim? Só hoje me
dou conta: se eu fosse bem sucedido no meu (falso) solipsismo, por mais longe
que o leitor viajasse nos arranques de sua própria imaginação, algo de mim permaneceria,
entranhado na alma de alguém meu cúmplice, meu algoz, meu irmão anônimo. E
seguiríamos todos a girar no rodopio comum.
Era após era já o disse
o poeta de Itabira não fazemos senão esquecer para lembrar. E sonhar.
Mas agora (vingança!),
agora que a era Gutemberg já era, e que me tornei poeta cibernético,
informatizado e digitalizado, a circular pela internet; agora que tenho meu
blog e meu website, o twitter, o orkut e o facebook, todos os impasses foram
resolvidos. Meus poemas podem viver a plenitude da existência que sempre
almejaram, vicejando para os olhos e os ouvidos, para o tato, o paladar e o
olfato (bem, não exageremos). A imaginação deixou de ser prerrogativa do
poeta, e do leitor privilegiado; deixou de ser potencialidade, para se
atualizar na forma de webdesign. Para que ler ou ouvir poesia, se é possível
tateá-la com os olhos, cheirá-la com os ouvidos, degustá-la sem esforço e sem rodopio?
Gutemberg tinha
revolucionado não só o modo de circulação dos meus poemas, mas acima de tudo o
modo como passei a concebê-los, o que trouxe de quebra uma revolução na
maneira como passaram a ser percebidos. E Gutemberg sabia que, se não
continuasse de algum modo a ser também
pré-Gutemberg, nem Gutemberg seria. Nessa história, etapas não são superadas,
são antes incorporadas. Já a cibernética revolucionou apenas a maneira de
percepção, não a de concepção, é só o triunfo da tecnologia, entronizada como
fim em si. The medium is the message,
não é mesmo? Para que perder tempo tentando fazer que um e outro caminhem
juntos e se enriqueçam mutuamente? Resultado, poemas continuam a ser concebidos
e compostos como antes: uma voz que vai enfileirando ritmos, marcados pela palavra
escrita, que é palavra oral, mais nada.
Outra vez, não exageremos.
A informatização oferece ao poeta um punhado de recursos expressivos
(multimídia, interatividade, tridimensionalidade, não-linearidade, simultaneidade,
novas relações espaço-tempo etc.), para muito além dos recursos básicos da
declamação ou do quadrilátero da página. Mas o que importa não é a existência
em si desses recursos e sim a sua incorporação ao processo criador, à
constituição íntima do poema, à semelhança do que se deu quando da passagem da
poesia oral para a poesia reproduzida na folha impressa.
A informatização trouxe
também um fringe benefit
considerável: a eliminação da cadeia que vai da mesa do editor às gôndolas da
livraria, vale dizer os elos intermediários que se associam para levar o poema ao
leitor. O poeta da era cibernética dispensa a edição propriamente dita, a preparação do texto, o trabalho
gráfico, a divulgação, a distribuição e o livreiro. Dispensa ou passa a fazer
tudo isso, ou o simulacro disso, por conta própria. Para publicar ou tornar
pública a sua poesia, basta pressionar a tecla Enter. É um ganho, sem dúvida,
mas também uma perda: o poeta da era atual não pode mais desfrutar daquele
prazer supremo que era queixar-se do editor & seus associados. E o poeta
que se autopublica perde também a oportunidade de uma avaliação de fora.
Editar, à moda antiga, isto é, às expensas do editor, não do autor, a despeito
das injustiças, das dissimulações, dos erros sem conta, sempre acabava por ser
uma espécie de filtro, uma avaliação de fora, que às vezes até acertava. O
poeta informatizado não pode contar sequer com isso. Afinal, diriam todos,
para que selecionar ou avaliar, se o poeta na rede é senhor absoluto do seu
domínio e publica o que bem entende, em estrita fidelidade ao lema universal do
vale-tudo?
Esse benefício residual,
na verdade, interessa mais a economistas e comerciantes, a editores e livreiros
(para os quais é um evidente malefício) do que ao poeta, quer se trate do
comércio propriamente dito do objeto livro, mercadoria vendável, quer se trate
do comércio da fama e do prestígio, esse esporte paralelo à poesia, a cujo fascínio
poucos resistem. O que interessa ao poeta que não seja economista nem comerciante
é a utilização dos promissores recursos expressivos colocados à sua disposição
pela informática.
Ah, que proveitos tiraria
disso tudo o esforçado Fernando Pessoa, que tanto trabalho teve para imaginar o
seu Interseccionismo! E Mário de Andrade, então! Não desperdiçaria tanto papel
e tinta, naquele seu abnegado prefácio, deveras interessantíssimo, só para
demonstrar a viabilidade do Simultaneísmo, antecâmara do Desvairismo: com
alguns cliques e uns protocolos básicos, teria realizado a plenitude do que mal
chegara a sonhar. Azar o deles, e de tantos outros, que nasceram, versejaram e
morreram em plena vigência da era Gutemberg.
Neste ponto, permita-me o
leitor um breve desvio, a fim de encarar a questão de outro ângulo, o da tensão
benigna entre mudança e conservação, pois em última instância, salvo erro ou
melhor juízo, é disso mesmo que se trata. Em seguida voltaremos à poesia da era
cibernética.
É lugar comum admitir que
a juventude é a idade propícia a inovar, transgredir, revolucionar, e que a
maturidade (a idade da razão, como se dizia antigamente) é o tempo voltado à
conservação dos avanços e conquistas. Os antigos sabiam que assim é, assim deve
ser e é bom que assim seja: jovens e velhos, todos saímos ganhando.
A modernidade, porém, em
sua avidez de progresso, por vezes indiscriminado, transformou em axioma a
verdade apenas relativa da sabedoria secular. Inovar, transgredir e revolucionar,
sempre e a qualquer preço, ganharam foros de verdade absoluta, e maturidade
passou a ser tomada, sempre e a qualquer título, como sinônimo de retrocesso e
obsolescência. Com isso, perdeu-se a possibilidade de qualquer genuíno critério
de valor. Quer estejamos diante da inovação, quer diante da conservação, já não
nos perguntamos se se trata de uma experiência válida ou positiva.
Ponderar, avaliar e
julgar; batalhar no encalço de algum critério possível, que permitisse ajuizar
o valor intrínseco dos fatos estéticos, velhos ou novos, oferecidos à
sensibilidade atenta ou distraída, sempre foi tarefa das mais árduas e
controvertidas. Que é o belo, afinal? Como distinguir entre o bom e o mau,
entre o aceitável e o imprestável? Melhor então desistir da batalha
virtualmente perdida e ficar apenas com o persuasivo impacto da novidade que
irrompe, para (quase) sempre desbancar o já consagrado. Por mais plausível que
seja, o critério encontrado será sempre discutível. Generalizemos, pois,
limitando-nos a constatar: se for inovação, o caso merecerá todo aplauso e
incentivo; caso não, será inapelavelmente considerado mero entulho.
Reúnam-se pessoas de
diferentes idades, para um daqueles embates em que se tomam decisões e se
definem projetos. Se um dos mais velhos tomar a palavra, os demais, na melhor
das hipóteses, trocarão discretos olhares de condescendência. Antes que este
chegue a expor o que tenha em mente, sua ideia será descartada in limine, como mais um exemplo de oposição
ao bravo desejo de mudança do mundo atual. Se um dos mais jovens abrir a boca,
todos trocarão sorrisos de triunfo, e a brilhante ideia será aprovada, também in limine, ainda que um ou outro
desconfie (mas naturalmente ficará calado): Pronto, aí vem mais um pacote de
asneiras.
Os pioneiros da inovação,
na virada do xix para o xx, sabiam muito bem distinguir entre a
transgressão valiosa e o mero exercício especulativo e estéril. Graças a isso,
apostaram naquela e promoveram as grandes revoluções de que nos beneficiamos
até hoje. Muitos porém, embora capazes da mesma distinção, preferiram tirar
proveito da ambiguidade então instalada e apostaram em toda e qualquer
extravagância que estivessem aptos a forjar, em nome da liberdade e do
propósito excuso de atribuir à transgressão valor em si. Resultado, perdeu-se a
referência, perdeu-se a possibilidade de comparação, tornando-se praticamente
impossível estabelecer qualquer distinção entre a inovação valiosa e a
gratuita ou inútil.
No mundo atual, um pouco
por toda parte, deixou de haver aquela tensão benigna entre mudança e
conservação, que garantiu ao longo dos séculos todo avanço possível. A razão,
simples, é que o segundo polo foi descartado, para que o primeiro se impusesse,
absoluto e onipotente. Todos nos esquecemos de reparar que uma revolução
radical, aceita e endossada pela maioria, é o que pode haver de mais reacionário.
Podemos com isso retomar o
fio interrompido. O fascínio exercido pela informática, sobre a poesia do nosso
tempo e sobre tudo o mais, corre o risco de agravar a tirania da inovação
indiscriminada.
Hoje são raros os poetas
da ou na rede que de fato se empenham em criar uma nova poesia, que incorpore
os recursos agora disponíveis. Mais rara ainda é a nova poesia que não abra mão
dos (bons) recursos já existentes, legados pela oralidade e por Gutemberg. O
que temos são exercícios, tentativas, experimentos, mais ou menos engenhosos e
interessantes, índices do desejo de uma arte inteiramente nova. (Terá essa
arte alguma afinidade com o que há séculos se chama, e continua a se chamar,
poesia?) Quando muito é a promessa de que um dia esses recursos talvez venham
a ser de fato incorporados à criação poética, em vez de continuarem a servir
apenas de veículo alternativo à mesma poesia de antes.
Anseio por esse dia, o dia
em que se possa ler um poema entranhado de cibernética e não apenas reler,
na telinha, o mesmo poema já lido na página do livro ou da revista, ou
vice-versa. Mas, a julgar pela imensa maioria, todos parecemos satisfeitos com
a simplória subutilização do novo veículo, crentes de que já temos, com essa
platitude, a mais ousada poesia do momento atual. É o que há de mais avançado,
não é mesmo? E isso basta. Apesar disso, ou justamente por isso, os ortodoxos
da nova era não escondem que se refugiam, assustados, nas ruínas deterministas
e evolucionistas do século xix e
insistem em acreditar na superação definitiva das etapas. O alvo é demonstrar
que o poeta da era Gutemberg já era, proclamando aos três ventos (o quarto fica
aí, de stand by, para alguma
emergência): O que nós queremos é mudança, progresso!. O passo seguinte, ergo, será entronizar os grunhidos da poesis neanderthalensis.
Se agora o que vale é o
modo de circulação e de percepção, os poemas, caso persistam, só irão
atrapalhar; se o que vale é a imaginação liberta de todos os entraves, a imaginação
que sequer precisa se dar ao trabalho de imaginar, é só ir colhendo na telinha
de cristal líquido os fiapos do rodopio prêt-à-porter
com efeito, para que poemas?
Poema, na era
cibernética, tende a ser só a palavra mágica, o sinalzinho luminoso que pisca
no écran, ordenando ao internauta
(ex-leitor, ex-ouvinte): entregue-se por inteiro à sua própria imaginação, não
dê a menor bola à do poeta, que aliás nem está mais aí.
Faço o possível para me
manter atento à possibilidade de que minhas objeções não passem de
idiossincrasias de um velho poeta. Devo confessar, aliás, que jamais me
apeteceu voltar aos 18 e menos ainda aparentar, na epiderme ou na alma, essa
tenra e preciosa idade. E sou obrigado a admitir que, na era cibernética, todos
os poetas, felizes ou infelizes, são ex-poetas.
Alguns teimam em criar
seus poemas, bons poemas, como os de outrora, que tanto podem ser lidos/ouvidos
na telinha como degustados na íntegra, por olhos que são ouvidos, no velho e
obsoleto quadrilátero da página. Outros, fiéis ao que sempre foram, apregoam:
poesia já era.
O diabo é saber se algum dia fará falta.
___________________
Carlos Felipe Moisés é poeta (Noite nula, 2008), ficcionista (Histórias mutiladas, 2010), crítico literário (Poesia & utopia, 2007), tradutor (O poder do mito, 1990) e autor de livros infanto-juvenis (Conversa com Fernando Pessoa, 2007). É mestre e doutor em Letras Clássicas pela USP, tendo lecionado teoria literária e literaturas de língua portuguesa em várias universidades, como a PUC SP, a USP e a Universidade da Califórnia, Berkeley, EUA.
[revista dEsEnrEdoS - ISSN 2175-3903 - ano III - número
9 - teresina - piauí - abril maio junho de 2011]